Câmara-Corpo. Mostra de Cinemas Indígenas

15.03.2024 19:00 — 17.03.2024 22:30
Escola das Artes | Fora do campus

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15.03.2024 19:00 17.03.2024 22:30 Câmara-Corpo. Mostra de Cinemas Indígenas Link: https:///pt/central-eventos/camara-corpo-mostra-cinemas-indigenas

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Universidade Católica Portuguesa - Porto | Fora do campus

Tendo como mote a estreia em Portugal do mais recente filme de João Salaviza e Renée Messora, "A Flor do Buriti", a Escola das Artes apresenta uma Mostra de Cinema Indígenas, no Cinema Trindade, integrado no Programa anual de Concertos, Conferências, Exposições e Performances 2024, dedicado ao tema "Não foi Cabral: revendo silêncios e omissões".

Este é um programa construído em parceria com o forumdoc.bh - Festival do Filme Documentário e Etnográfico de Belo Horizonte que em 27 edições anuais tem como uma das prioridades em sua programação a apresentação e reflexão acerca da filmografia produzida por realizadoras e realizadores de diferentes povos indígenas que vivem hoje no Brasil.

 

PROGRAMA

15 MAR 2024, 19h00 | CINEMA TRINDADE

Mãri hi /A Árvore do Sonho
de Morzaniel Ɨramari
Amazonas, Roraima/Brasil, 2023, 17'

Quando as flores da árvore Mãri desabrocham surgem os sonhos. As palavras de um grande xamã conduzem uma experiência onírica através da sinergia entre cinema e sonho yanomami, apresentando poéticas e ensinamentos dos povos da floresta.

Thuë Pihi Kuuwi / Uma Mulher Pensando
de Aida Harika Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami e Roseane Yariana Yanomami
Brasil/Amazonas, Roraima/Brasil, 2023, 9'

Uma mulher yanomami observa um xamã durante o preparo da Yãkoana, alimento dos espíritos. A partir da narrativa de uma jovem mulher indígena, a Yãkoana que alimenta os Xapiri e permite aos xamãs adentrarem o mundo dos espíritos também propõe um encontro de perspectivas e imaginações.

Yuri U Xëatima Thë / A Pesca com Timbó
de Aida Harika Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami e Roseane Yariana Yanomami
Brasil/Amazonas, Roraima/Brasil, 2023, 10'

Dois jovens realizadores Yanomami descrevem o processo de pesca com timbó, cipó tradicionalmente empregado para atordoar os peixes. O encontro de vozes e perspectivas sugere o reencantamento das imagens como forma de contar histórias.

Tekowe Nhepyrun / A Origem da Alma
de Alberto Alvares
Brasil, Rio de Janeiro, 2015, 48'

O filme acompanha com surpreendente proximidade o nascimento de uma criança dentro da tradição guarani, com as parteiras locais. Proximidade que apenas a presença do cineasta guarani poderia alcançar, assim como manter a sequência no filme. Participe da perspectiva guarani da renovação da vida, do ritual de batismo, ocasião em que a alma do pequeno ser humano lhe é entregue por Nhanderu (o Criador).

Sessão comentada por Nuno Crespo e Ellen Lima

 


15 MAR 2024, 21H30 | CINEMA TRINDADE

Nūhū Yãg Mū Yõg Hãm/ Essa terra é nossa!
de Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu, Roberto Romero
Brasil/Minas Gerais, 2020, 70'

Antigamente, os brancos não existiam e nós vivíamos caçando com os nossos espíritos yãmĩyxop. Mas os brancos vieram, derrubaram as matas, secaram os rios e espantaram os bichos para longe. Hoje, as nossas árvores compridas acabaram, os brancos nos cercaram e a nossa terra é pequenininha. Mas os nossos yãmĩyxop são muito fortes e nos ensinaram as histórias e os cantos dos antigos que andaram por aqui.

Sessão comentada por Sueli Maxakali (realizadora) e Júnia Torres (curadora forumdoc.bh)

 


16 MAR 2024, 19h00 | CINEMA TRINDADE

Kaapora, o chamado das matas
de Olinda Muniz Silva Wanderley
Brasil, Bahia, 2020, 20'

Uma narrativa da ligação dos povos indígenas com a Terra e sua espiritualidade, do ponto de vista da diretora Tupinambá, Olinda Yawar, que desenvolve projeto de recuperação ambiental nas terras de seu povo. Tendo a cosmovisão indígena como lente, a Kaapora e outros personagens espirituais são a linha central da narrativa e argumento do filme.

Ibirapema
de Olinda Yawar Tupinambá 
Brasil, Bahia, 2022, 50'

Viajando entre o mundo mítico e o mundo cotidiano, Ibirapema, uma indígena Tupinambá, se transmuta e percorre o espaço e o tempo, dialogando, por onde passa, com o mundo da arte ocidental, com a cidade e seus espaços de concreto e florestas domesticadas.

Sessão comentada por Olinda Tupinambá (realizadora)

 


16 MAR 2024, 21h30 | CINEMA TRINDADE

Ketwajê
de Mentuwajê Guardiões da Cultura (Krahô) e Coletivo Beture (Mebêngôkre-Kayapó)
Brasil, Tocantins, 2023, 77'

Os Mentuwajê Guardiões da Cultura (grupo de jovens cineastas Krahô) convidam o Coletivo Beture (Mebêngôkre-Kayapó) para visitar a sua aldeia e acompanhar a festa de Kêtwajê – um importante ritual de iniciação que não acontecia há dez anos. Durante vários dias, crianças e adolescentes passam por várias "provas" para se transformarem em adultos guerreiros, perante o olhar atento e compartilhado entre os cineastas locais e os convidados Mebêngôkre-Kayapó.

Cupē Te Mē Iquêtjê Jipej Catêjê / Homem Branco Massacrou O Meu Povo Krahô
de Francisco Hỳjnõ Krahô e Felipe Kometani Melo
Brasil, Tocantins, 2023, 41'

Zacarias Ropkà escapou ao brutal massacre sofrido pelos Krahô em 1940, quando os fazendeiros da região se uniram para atacar várias aldeias, com seus grupos de peões armados. Em apenas um dia, foram barbaramente assassinadas dezenas de pessoas, principalmente mulheres e crianças. Setenta anos depois, Ropká partilha com os mais jovens os horrores que testemunhou e como fez para sobreviver.

Sessão apresentada por Hỳjnõ Krahô, Cruwakwỳj Krahô, Renée Nader Messora, João Salaviza

 


17 MAR 2024, 21h30 | CINEMA TRINDADE

Crowrã / A Flor do Buriti 
de João Salaviza e Renée Nader Messora
Portugal/Brasil, Tocantins, 2023, 124'

Em 1940, duas crianças do povo indígena Krahô encontram na escuridão da floresta um boi perigosamente perto da sua aldeia. Era o prenúncio de um violento massacre, perpetuado pelos fazendeiros da região. Em 1969, durante a Ditadura Militar, o Estado Brasileiro incita muitos dos sobreviventes a integrarem uma unidade militar. Hoje, diante de velhas e novas ameaças, os Krahô seguem caminhando sobre sua terra sangrada, reinventando diariamente as infinitas formas de resistência.

Sessão comentada por Hỳjnõ Krahô, Cruwakwỳj Krahô, Renée Nader Messora, João Salaviza