"As virtudes do erro e do fracasso"

Business School
"As virtudes do erro e do fracasso"
Quarta-feira, 10 de Abril de 2024 in Líder Online

Artigo de Opinião de Arménio Rego, Docente da Católica Porto Business School.
A artista Joana Vasconcelos afirmou recentemente que “há que ter a coragem para errar”. E confessou: “O erro tem de ser superior ao sucesso. Quase todas as minhas peças de maior sucesso começaram por grandes erros”. Esta confissão encerra um princípio essencial: o erro e o fracasso são inerentes aos processos de aprendizagem. Quem receia errar ou fracassar não arrisca. E quem não arrisca não inova nem aprende. Infelizmente, esta verdade de La Palice é frequentemente ignorada na gestão e na liderança das organizações. Eis como Amy Edmondson, professora na Harvard Business School e autora de livros sobre temas como “as organizações sem medo” e o “género certo de errar”, se referiu ao estranho modo como o erro é frequentemente encarado:
“Coloco frequentemente a gestores, cientistas, vendedores e tecnólogos em todo o mundo a seguinte questão: qual a % de fracassos nas vossas organizações que deveriam ser considerados culpabilizáveis? As suas respostas são dadas, usualmente, em termos de um só dígito – talvez entre 1% e 4%. Depois pergunto-lhes qual é a % de fracassos que são tratados como culpabilizáveis. Eles afirmam então (após uma pausa ou um sorriso) 70% a 90%. A infeliz consequência deste desvio entre a lógica simples e a resposta organizacional é que muitos fracassos não são relatados, pelo que as lições deles provindas são desperdiçadas”.

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